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Um dia para (re)pensar a sustentabilidade

Em jeito de celebração do primeiro Dia Nacional da Sustentabilidade, que se comemorou este domingo, 25 de setembro, o Expresso associa-se à Deco Proteste para uma conferência em que um conjunto de marcas procurará refletir sobre o seu papel no desenvolvimento de cidades mais sustentáveis, na redução do desperdício, e na preservação da vida dos oceanos, com vista a concretizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015



Cada português desperdiça, em média, 97 quilos de alimentos por ano


Mudar comportamentos de consumo para cumprir com as metas definidas pelas Nações Unidas através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que, desde 2015, procuram sensibilizar a população mundial para a preservação dos recursos naturais e para a igualdade de acesso a condições de vida condignas, é também o propósito da campanha da DECO Proteste “Dia S”.


Lançada no início de setembro com o mote de mudar comportamentos e de divulgar a implementação do Dia Nacional da Sustentabilidade – aprovado pelo Parlamento no início de 2021, para o dia 25 de setembro -, a campanha juntou a associação de defesa do consumidor a um conjunto de parceiros para concretizar a missão de esclarecer o que é a sustentabilidade, a emergência climática e a urgência de implementar novos comportamentos que promovam um desenvolvimento económico, social e ambiental mais sustentável. Bureau Veritas, Cepsa, Lidl, MEO e MSC são as marcas que se associaram a este projeto e que marcarão presença na conferência que se realiza esta tarde, em Lisboa.



1,6 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente no mundo


Ajudar os consumidores a ser mais responsáveis


Com a meta de 2030 a aproximar-se, os ODS ainda estão longe de ser uma realidade. Em Portugal, o cumprimento destes objetivos coloca o país em 27º lugar, entre 180 países, segundo o Relatório de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, o que significa que o caminho até à meta ainda será longo. É também por isso que as marcas estão conscientes de que desempenham um papel essencial na mudança de comportamentos de consumo.


Um dos pontos de partida para a sustentabilidade são as cidades mais amigas dos seus habitantes. A mobilidade é um elemento central, com a multiplicação de opções de transporte elétricas, seja em veículos privados ou coletivos, ainda a precisar de ser incentivada. “O desenvolvimento de uma cidade sustentável deve incluir novas arquiteturas, onde o conforto e a mobilidade leve sejam o foco, e que incorpore ainda zonas verdes, recuperação de rios e linhas de água, novas infraestruturas de transportes públicos limpos, e consumo responsável de energia com preferência pelas energias renováveis e sustentáveis”, defende Rui Romano. Para o diretor de Rede da Cepsa, a educação ambiental, desde cedo, bem como o reconhecimento e incentivo das boas práticas “são fatores-chave que vão pressionar as entidades publicas e privadas a optar por modelos de gestão mais verdes, tanto das cidades como das autarquias”.


O desperdício alimentar representa outro grande desafio nas sociedades mais desenvolvidas. Anualmente, em todo o mundo, são desperdiçadas 1,6 mil milhões de toneladas de alimentos e, em Portugal, cada pessoa desaproveita todos os anos, em média, 97 quilos. Na opinião de Patrícia Franganito, a comunicação deste tema é fundamental para educar a sociedade. No caso das empresas, a gestora de certificação e formação no Bureau Veritas, explica que o primeiro passo é o mais difícil. “Quando as empresas percebem que a circularidade dos seus produtos, e que o menor desperdício, melhora o seu desempenho financeiro e ambiental, conseguem debruçar-se sobre esses projetos, com dedicação”.


No sector do retalho, estas preocupações são crescentes e a sensibilização dos consumidores é também uma preocupação do Lidl Portugal. Elena Aldana, Diretora de Assuntos Públicos, Comunicação e ESG desta insígnia, destaca a importância de ações como a que promove a venda de produtos no último dia de validade com descontos de 50%, uma iniciativa que, em cerca de um ano, evitou que cerca de 3 milhões de produtos fossem desperdiçados. “Do total destes produtos, que estavam bons demais para serem deixados para trás, 35% eram unidades de padaria; 23% frescos; 34% carnes e 8% unidades de peixe”, salienta a responsável. Contudo, acrescenta, que no Lidl existem várias outras iniciativas, desde a consciencialização dos consumidores, à promoção da circularidade dos produtos. As sobras alimentares são convertidas em ração animal, e as frutas e legumes em composto para a agricultora. “Este composto pode ser aplicado em agricultura e em jardinagem, como fertilizante”, explica.


A promoção da pesca sustentável é outra meta dos ODS, assegurando uma fonte vital de alimentos ricos em proteínas para a crescente população do planeta. “Os ecossistemas marinhos estão sob uma enorme pressão e uma das grandes ameaças é a sobrepesca”, explica Rodrigo Sengo. Segundo o consultor do Marine Stewardship Council (MSC) para Portugal, este é um problema global que afeta não só a saúde dos ecossistemas marinhos, mas também milhões de pessoas que dependem da pesca, direta ou indiretamente. Segundo a FAO, a nível global, a sobrepesca continua a aumentar com 35% stocks a serem explorados a níveis insustentáveis. “Trata-se de uma tendência negativa, uma vez que na década 70 esta percentagem rondava os 10%”, salienta o representante do MSC.


A conferência desta tarde terminará com um debate sobre o papel das marcas na defesa dos ODS, moderado por Paulo Baldaia, e com a presença de Rui Romano, Patrícia Franganito, Elena Aldana, e Rodrigo Sengo.

“O desenvolvimento de uma cidade sustentável deve incluir novas arquiteturas, onde o conforto e a mobilidade leve sejam o foco, e que incorpore ainda zonas verdes, recuperação de rios e linhas de água, novas infraestruturas de transportes públicos limpos, e consumo responsável de energia com preferência pelas energias renováveis e sustentáveis”, defende Rui Romano




PARAR PARA PENSAR: SUSTENTABILIDADE

O que é? A conferência "Parar para Pensar: Sustentabilidade" visa refletir sobre os desafios que o tema coloca à sociedade nos próximos anos e décadas. Trata-se de uma iniciativa da Deco Proteste, a que o Expresso se associou.

Quando, onde e a que horas? No dia 26 de setembro, às 15h, no ‘Edifício’, em Lisboa.

Quem são os oradores?

  • Rui Romano, Cepsa

  • Patrícia Franganito, Bureau Veritas

  • Elena Aldana, Lidl

  • Rodrigo Sengo, MSC

  • Inês Ferreira, MEO


Porque é que este tema é central?

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram identificados, em 2015, pela ONU, momento em que foi definida a meta de concretizar estes desafios até 2030, com vista a garantir um mundo mais sustentável. A menos de dez anos, o mundo ainda tem um longo caminho a percorrer para cumprir com estes objetivos, e a pandemia não veio ajudar. Qual o caminho? E que papel têm as marcas neste percurso? São as questões a que os participantes desta conferência irão procurar responder.



|Fonte: Expresso, 26 de Setembro 2022

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