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Micro vegetais, macro sabor e presença obrigatória na alta cozinha

A origem da MicroGreens remonta aos tempos de faculdade de Tomás Lancastre, jovem empresário com 30 anos, que hoje vê os micro vegetais e as flores comestíveis que produz nas cozinhas dos melhores restaurantes do país. “Da Terra à Mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante




Micro vegetais, micro verduras de vegetais e ervas aromáticas colhidos na fase inicial de crescimento, flores comestíveis, mini legumes e, mais recentemente, conservas e raridades. O catálogo da Microgreens, empresa criada por Tomás Lancastre, 30 anos, começou quando ainda estava a estudar. “Foi um projeto que começou na faculdade, em 2012. Fomos desafiados a fazer um plano de marketing sobre um produto novo, ou que não existisse em Portugal”, atira. “Apesar de já existir, ainda não era muito conhecido, e convenci o meu grupo a fazer sobre micro vegetais.”


Chegaram a produzir, para experimentar, criaram um site, uma página no Facebook e, apesar da empresa não existir, começaram a receber contactos de chefs que queriam comprar porque não conseguiam encontrar com facilidade estes produtos em Portugal. À formação em gestão de empresas juntou-se a vontade de trabalhar no ramo agrícola e a MicroGreens saiu do papel e foi oficialmente criada, em 2015. “Percebi que havia procura mas, durante um ano, estive a fazer experiências de substratos, sementes, à procura de fornecedores…”, conta Tomás.




Apesar da loja online estar aberta a qualquer pessoa, reconhecem que a alta cozinha, nicho que dá volume à empresa, é o principal impulsionador. Também os pequenos empresários que fazem bolos encontram na MicroGreens um excelente fornecedor, graças à variedade de flores comestíveis. “Os bolos com flores comestíveis estão na moda, são uma tendência”, atira.


Os envios são feitos para todo o país, exceto ilhas, e para Espanha, com entregas num máximo de 24 horas. “Todos os produtos são colhidos à mão, no pico da sua frescura e de acordo com as encomendas obtidas para que não percam as características pelas quais a Microgreens é conhecida”, pode ler-se no site oficial. “Controlamos todo o processo de produção, desde a sementeira, o crescimento e a colheita, pois só assim conseguimos garantir a elevada qualidade e segurança alimentar dos nossos produtos.”





Crescimento orgânico com futuro sustentável


De uma “estufa minúscula”, com 30 metros quadrados, em Almeirim, passou a 5000 metros quadrados de estufa e um hectare de rua, na Amora. “Tivemos um crescimento orgânico, a procura foi sendo sempre maior”. E a qualidade do produto e do serviço influenciaram esse desenvolvimento. “Começámos com poucas variedades e hoje em dia temos mais de 200 produtos.”


Ervilha, coentros, manjericão roxo, beterraba, shiso, mizuna e borragem são alguns dos microvegetais produzidos, durante todo o ano, graças às experiências com luz artificial. “Chegamos a ter dois meses seguidos sem sol e foi desastroso.” Nas flores, mais sazonais, são os amores-perfeitos as mais procuradas.


Ao rol de produtos juntam-se ainda raridades, como a Carolina Reaper, “a malagueta mais picante do mundo” e, mais recentemente, conservas de picante. “Como produzimos sempre a mais, para não falhar encomendas, sobra produto e encontramos esta forma de o rentabilizar”, elucida Tomás. “É uma forma de reduzir o desperdício.”





No futuro, automatizar alguns processos e ser mais eficientes e sustentáveis, com a instalação de painéis solares, redução do uso de plástico e com a conversão de toda a frota da empresa em carros elétricos, que já aconteceu, são alguns dos objetivos da MicroGreens, que pretende diminuir a pegada ecológica e apostar ainda mais na sustentabilidade, tal como a medida da PAC para o período compreendido entre 2023-2027, que pretende promover o desenvolvimento sustentável e uma gestão eficiente de recursos naturais como a água, os solos e o ar.


A sustentabilidade social, ambiental e económica na agricultura e nas zonas rurais são linhas orientadoras da PAC - Política Agrícola Comum que, em Portugal, tem como objetivos principais valorizar a pequena e média agricultura, apostar na sustentabilidade do desenvolvimento rural, promover o investimento e o rejuvenescimento no setor agrícola a a transição climática no período 2023-2027.


“Da Terra à Mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante.



|Fonte: Expresso, 20 de março 2023

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