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Desperdício alimentar na Europa: factos, políticas da UE e metas para 2030

  • Writer: UCD
    UCD
  • 1 day ago
  • 5 min read

O desperdício alimentar custa à UE mais de 130 mil milhões de euros por ano e afeta milhões de lares. Descobre as causas, o impacto e as ações da UE explicadas de forma simples.


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Embora se estime que cerca de 10 % dos alimentos disponíveis para os consumidores da União Europeia (UE) possam ser desperdiçados, cerca de 40 milhões de pessoas na UE que não conseguem pagar uma refeição de qualidade a cada dois dias.A redução e prevenção do desperdício de alimentos é um objetivo da UE. Em setembro de 2025, o Parlamento Europeu aprovou novas metas vinculativas para a redução do desperdício alimentar nos países da UE até 2030.


Factos e estatísticas principais sobre a Europa


Todos os anos, cerca de 60 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados na União Europeia. Isso corresponde a cerca de 130 kg por habitante.



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Embora se estime que cerca de 10 % dos alimentos disponíveis para os consumidores da União Europeia (UE) possam ser desperdiçados, cerca de 40 milhões de pessoas na UE que não conseguem pagar uma refeição de qualidade a cada dois dias.A redução e prevenção do desperdício de alimentos é um objetivo da UE. Em setembro de 2025, o Parlamento Europeu aprovou novas metas vinculativas para a redução do desperdício alimentar nos países da UE até 2030.


Factos e estatísticas principais sobre a Europa


Todos os anos, cerca de 60 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados na União Europeia. Isso corresponde a cerca de 130 kg por habitante.


As famílias são responsáveis por mais de metade do desperdício alimentar na UE (53%). Cerca de 9% do desperdício (12 kg por habitante) provém da produção primária de alimentos, como a agricultura, e 18% (23 kg por habitante) vem do setor de processamento e fabrico.


Os restaurantes e serviços de alimentação representam 12% do desperdício alimentar (15 kg por habitante), e o comércio a retalho e a distribuição de alimentos correspondem a mais 8% (10 kg por habitante).


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Em 2022, os países da UE que geraram a maior quantidade de desperdício alimentar por habitante foram Chipre, Dinamarca e Grécia. Os países que geraram a menor quantidade de desperdício alimentar foram Espanha, Eslovénia e Croácia. Portugal foi o quarto país com o maior volume de desperdício alimentar por pessoa em 2022 (184 kg).


Porque é que o desperdício alimentar é um problema?


Muitas pessoas sentem que desperdiçar comida é eticamente errado. Mas o impacto é muito maior, pois o desperdício alimentar prejudica o ambiente, a economia e a sociedade.


O impacto ambiental


Os resíduos de alimentos representam aproximadamente 16 % das emissões de todos os gases com efeito de estufa do sistema alimentar da UE. A redução do desperdício alimentar resultaria em menos emissões, o que contribuiria com a luta contra as alterações climáticas.

Segundo os dados recolhidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção e o transporte de alimentos, que são posteriormente desperdiçados, representam 8 % das emissões globais de gases com efeito de estufa.

O desperdício alimentar também consome recursos naturais que já são escassos. Por exemplo, a água usada para produzir alimentos que acabam por ser desperdiçados representa 12% do total de água usada na produção e consumo alimentar na UE.


O custo económico


O desperdício alimentar é também uma questão económica. As famílias pagam por comida que nunca consomem, e os agricultores e empresas perdem dinheiro em cada etapa da cadeia de fornecimento alimentar porque parte dos alimentos acaba no lixo.


Os custos associados ao desperdício alimentar são estimados em cerca de 132 mil milhões de euros em valor de mercado.


Além disso, pesquisas citadas pela Comissão Europeia na sua avaliação de impacto estimam cerca de 9,3 mil milhões de euros em custos extra relacionados com a recolha e tratamento do desperdício alimentar.


As consequências sociais


Desperdiçar comida tem efeitos sociais importantes. Desperdiça recursos que poderiam ser melhor utilizados. Na UE, as pessoas gastam cerca de 13% do seu dinheiro em comida, segundo o Eurostat.


Descartar alimentos que ainda podem ser consumidos, em vez de os distribuir através de donativos, é uma oportunidade perdida para melhorar a segurança alimentar e ajudar pessoas que têm dificuldades em ter refeições de qualidade.


Quais são as causas do desperdício alimentar?


Vários atores na cadeia alimentar têm um papel na geração do desperdício alimentar.

Ao nível do consumidor, a compra impulsiva devido a promoções no comércio, embalagens com tamanhos inadequados, falta de acesso a frigorífico ou congelador, planeamento insuficiente das compras e das refeições, ou a recusa em comprar frutas e legumes “feios”, são apenas algumas das razões para o desperdício alimentar nos lares.


A rotulagem das datas dos alimentos também pode ser um problema. Na UE, os alimentos têm diferentes tipos de etiquetas de data. A etiqueta “consumir de preferência antes de” em alimentos como massa, arroz, conservas, alimentos congelados e snacks significa que, após a data indicada, o alimento pode perder alguma frescura ou sabor, mas ainda é seguro para consumo. Já a etiqueta “consumir até” (em carnes, peixe, saladas ou leite) indica que o alimento não deve ser consumido após a data indicada.


Alguns consumidores podem confundir os rótulos e descartar alimentos que ainda estão próprios para consumo. Um estudo realizado pela Comissão Europeia em 2018 mostra que até 10% do desperdício alimentar anual pode dever-se a interpretações erradas das etiquetas.

Os fabricantes de alimentos desperdiçam comida quando produzem em excesso, quando a cadeia de abastecimento não é eficiente ou quando os alimentos são armazenados ou manuseados de forma inadequada. O desperdício também ocorre se os estabelecimentos comerciais alterarem as suas encomendas ou pedirem apenas produtos muito frescos.

Porções padronizadas e a sobrestimação do número de convidados estão entre as causas do desperdício alimentar em restaurantes e serviços de alimentação.


Como se pode reduzir o desperdício alimentar? As soluções da UE


A redução do desperdício e da perda alimentar são dois dos principais objetivos da UE para alcançar uma economia circular até 2050.


Metas vinculativas de redução por parte dos países


A Comissão apresentou uma proposta de revisão da Diretiva-Quadro relativa aos Resíduos em julho de 2023 com mais medidas para reduzir mais a quantidade de resíduos alimentares e têxteis. Entre as mudanças propostas, figuram metas vinculativas de redução de resíduos ao nível nacional até ao final de 2030.


O Parlamento Europeu e os governos da UE chegaram a um acordo sobre as atualizações legislativas em fevereiro de 2025. Estas foram depois adotadas pelo Parlamento em setembro de 2025.


Até 2030, 10 % dos resíduos deverão ser reduzidos nas fases de processamento e produção de alimentos e 30 % na área retalhista, dos restaurantes, dos serviços de alimentação e nas residências em comparação com a média anual de alimentos desperdiçados entre 2021 e 2023.


“Conseguimos garantir disposições exequíveis e realistas para que os Estados-Membros implementem políticas de redução do desperdício alimentar e conseguimos assegurar que o setor agrícola não será afetado negativamente”, disse Anna Zalewska (ECR, Polónia), a relatora encarregada desta legislação ao nível do Parlamento, depois de fechado o acordo.


Tornar a rotulagem das datas mais clara


A Comissão Europeia realizou estudos com consumidores para identificar novas formas potenciais de marcar as datas e desenvolveu diferentes perfis de consumidores no que diz respeito ao desperdício alimentar.


Facilitar a doação de alimentos


A doação de alimentos é outra maneira de reduzir o desperdício desnecessário de alimentos. As orientações da UE sobre a doação de géneros alimentícios foram adotadas em 2017 com o objetivo de facilitar a recuperação e a redistribuição de alimentos seguros e comestíveis para as pessoas mais necessitadas.


Nas negociações para a atualização da Diretiva-Quadro dos Resíduos em 2025, os deputados europeus garantiram medidas que facilitam a doação de alimentos não vendidos mas seguros para consumo humano.


Criar um método comum para medir o desperdício alimentar


Além disso, em 2019, foi adotada uma metodologia comum da UE para medir os níveis de resíduos alimentares em cada fase da cadeia de abastecimento alimentar. A metodologia comum facilita a monitorização e a comunicação de informações sobre os resíduos alimentares em toda a UE.





 
 
 

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