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Guardar dentro ou fora do frigorífico? Algumas dicas à luz de novas recomendações

  

Há novas recomendações, vindas do Reino Unido, quanto aos alimentos que beneficiam da refrigeração. As batatas foram uma das maiores surpresas

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A Which?, considerada a maior associação de defesa do consumidor do Reino Unido, atualizou recentemente as suas recomendações sobre quais os alimentos que devem ser mantidos no frigorífico. Segundo o jornal britânico The Guardian, o item que mais chamou a atenção foi a batata: agora, defende-se que beneficia da conservação a baixas temperaturas, ao contrário do que se julgava.

Na base desta mudança esteve um artigo científico sobre a acrilamida – substância química, classificada como um carcinogéneo, formada quando alimentos ricos em amido são cozidos a altas temperaturas –, divulgado pela Food Standards Agency. “Anteriormente, desaconselhamos o armazenamento de batatas cruas no frigorífico, pois isso poderia levar à formação de açúcares adicionais, que podem converter-se em acrilamida quando as batatas são fritas, cozidas ou assadas”, aponta a agência de segurança alimentar britânica. Ora, dados recentes mostram que isso “não aumenta significativamente o potencial de formação de acrilamida, quando comparado ao armazenamento em um lugar fresco e escuro”, acrescenta. A verdade é que, no frio, as batatas duram três vezes mais.

Há outros alimentos que, pelo contrário, devem ser mantidos fora do frigorífico. Os tomates duram mais – e sabem melhor – quando são mantidos ao natural, já que as temperaturas frias alteram a sua textura e inibem as enzimas que lhes dão sabor. Os pepinos devem ser igualmente mantidos à temperatura ambiente, pois o frio pode deixar o interior mole. O mesmo acontece com as bananas e o pão. Se refrigeradas, as bananas ficarão pretas, enquanto o pão desidratará. Já a cebola e o alho devem ser guardados num local fresco e seco.

Todos os anos, um terço da produção alimentar é desperdiçada no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Até 2030, a redução destas perdas para metade foi assumida como meta pela União Europeia (UE), reconhecendo os profundos impactos económicos, sociais e ambientais desta realidade. Refira-se, por exemplo, que o desperdício alimentar gera três vezes mais emissões de gases com efeito de estufa do que a extração de petróleo, gera o equivalente a 25% da poluição automóvel e polui quatro vezes mais do que todos os voos da aviação comercial.

Portugal está no quarto lugar dos países da UE com maior desperdício alimentar (1,89 milhões de toneladas), mas em primeiro no que diz respeito às famílias, com cada português a ter perdas, em média, de 183,6 kg de alimentos, de acordo com dados de 2020 do Instituto Nacional de Estatística. Segundo dados do Eurostat, relativos a 2020, 57 milhões de toneladas de alimentos foram desaproveitadas, o que corresponde a 127 kg de resíduos alimentares por habitante. Cerca de 55% foi gerado pelas famílias. As mudanças, por isso, devem começar em casa.

1. LEVAR MAIS POR MENOS

Como a temperatura varia conforme o compartimento do eletrodoméstico, convém fazer esta distinção:

 

- ​Prateleira de cima: como é habitualmente a mais quente (salvo se tiver o congelador por cima), é a ideal para alimentos mais perecíveis, como iogurtes, queijos e sobremesas

 

- ​Prateleira do meio: para guardar carnes cozidas, ovos, manteiga, leite, sobras, pratos prontos a comer e frutas. Os ovos também devem ficar aqui, e não na porta.

 

- ​Prateleira de baixo: reservada para a carne crua, aves e peixe. Devem ser conservados em recipientes fechados, para evitar a contaminação cruzada, por toque ou gotejamento, com outros alimentos. Se tiverem uma aparência duvidosa, convém não arriscar.

 

​- Gavetas: se tiver duas, é melhor separar os vegetais das frutas. Caso contrário, deixe as frutas na prateleira do meio

​- Porta: é uma das zonas mais quentes, por isso mantenha aqui produtos de baixo risco, como condimentos, compotas, picles e chutneys, além de água, sumos e vinho

 

2. Verifique a temperatura do frigorífico

 

A temperatura deverá estar entre os 0º e os 5º. Uma temperatura mais quente (acima de 8°C) aumenta o risco de crescimento de bactérias nocivas e acelera a deterioração dos alimentos. Se tiver dúvidas quanto ao funcionamento correto do frigorífico, compre um termómetro específico.

3. Cuidado com os alimentos produtores de etileno

 

Frutas como bananas, maçãs e melões produz etileno, um gás que faz com que os amadureçam demais e estraguem mais rapidamente. Ou seja, não apenas estragam outras frutas, mas também se estragam mais rapidamente se estiverem perto de outras frutas produtoras de etileno.

4. Aproveite ao máximo o congelador

 

Se os alimentos perecíveis ou a carne e o peixe cru se estiverem a aproximar do fim da validade, coloque-os no congelador.  O pão também congela bem. Se raramente come um pão inteiro antes de começar a ficar velho, pode congelar metade ou guardar em fatias para quando precisar. Podem ir direto para a torradeira sem serem descongelados primeiro. Pode igualmente cortar os vegetais que se estiverem a estragar, congelá-los e utilizá-los depois, por exemplo, para sopas. Recorde-se, contudo, que o facto de congelarmos um produto não implica que ele deixe de degradar-se; degrada é mais lentamente.

5. Organize e mantenha o frigorífico limpo

 

Para não fazer confusão com as datas de validade, guarde os produtos mais recentes no fundo das prateleiras e os outros mais à frente. O frigorífico deve estar sempre limpo, pois quaisquer resíduos de comida podem servir como um nicho para os microrganismos se multiplicarem, contaminando a comida que venha a ser guardada.

6. Armazene a comida em caixas fechadas (ou tape com película aderente)

 

Assim, minimiza-se a probabilidade de que as bactérias ou outros microrganismos patogénicos entrem em contacto com o alimento.

7. Não acumule demasiada comida no frigorífico

 

O equipamento não deve estar muito cheio para o ar frio circular bem, de modo a manter os alimentos à temperatura de conservação adequada.

Fonte: Visão

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