A eurodeputada Isabel Carvalhais, eleita pelo PS e residente em Braga, patrocina a versão portuguesa do material promovido pela FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura) , em parceria com o Ministério da Agricultura. Os materiais didáticos direcionados às crianças e jovens, já foram lançados em Portugal com vista a um trabalho mais efetivo sobre a redução do desperdício alimentar.
A iniciativa de promover a edição portuguesa dos dossiers da partiu da intervenção da eurodeputada Isabel Carvalhais no âmbito da Aliança Parlamentar Europeia contra a Fome e a Desnutrição, da qual é membro, revelou a assessoria da antiga professora da UMinho, em comunicado enviado à imprensa.
Estes manuais têm o seu foco “na importância da prevenção do desperdício e inserem-se no que se pode designar por iniciativas de sensibilização para os impactos sociais, económicos e ambientais negativos do desperdício de alimentos, e de orientação sobre como evitar este desperdício”.
“São manuais que têm como público alvo as crianças e os jovens, com mensagens atrativas e adaptadas às várias classes etárias, e que serão ferramentas para ajudar as novas gerações a serem parte ativa na construção de sistemas alimentares mais equilibrados, mais sustentáveis e muito mais justos”, pode ler-se.
Carvalhais acredita nos resultados desta “importante ação, pois no seu entendimento a cidadania tem de assentar em valores humanistas, de partilha, de solidariedade, de empatia para com o outro e para com a natureza, e isso tem de ser trabalhado desde cedo, desde a infância”.
O desperdício alimentar da UE
A FAO é uma agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para erradicar a fome no mundo e tem várias iniciativas no âmbito da Aliança Parlamentar Europeia contra a Fome e a Desnutrição. Esta aliança é uma iniciativa que reúne vários eurodeputados com o objetivo de contribuir para a luta contra a fome e a malnutrição na UE.
Na UE, cerca de 20% dos alimentos produzidos são perdidos ou desperdiçados, com as famílias a gerarem mais da metade deste total de resíduos alimentares. Este desperdício representa um custo económico associado de cerca de 143 mil milhões de euros por ano. Para além destes custos imediatos, há outros custos elevadíssimos que todos pagamos enquanto sociedade.
“No que diz respeito ao meu trabalho, enquanto membro da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, o cerne da minha ação tem-se situado muito nas questões da sustentabilidade da produção agrícola”, refere a deputada que sublinha o esforço acrescido que haverá do lado da produção agrícola no sentido de uma transição para sistemas de produção mais equilibrados e mais sustentáveis.
Mas, tal como faz questão de chamar à atenção, “olhar apenas para o papel da produção, por si só, não produzirá a mudança necessária, porque a complexidade dos sistemas alimentares exige que haja uma abordagem holística e coordenada”.
|Fonte: O Minho, 1 de Outubro 2021
Коментарі