Países comprometeram-se em reduzir desperdício alimentar para metade até 2030, mas não estão a fazer progressos
Todos os anos, são desperdiçados no mundo cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos, uma quantidade assustadora, com grande impacto ambiental e mesmo social. Há já metas para fazer descer o número, mas os países não estão a conseguir resolver o problema.
Em 2015, os governos comprometeram-se junto das Nações Unidas (ONU) em reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030. No entanto, a oito anos da meta, tem-se verificado uma tendência inversa, com grande parte dos países a colocarem cada vez mais alimentos no caixote do lixo.
Os Estados Unidos, a Austrália e a Nova Zelândia estão entre as cinco nações com mais desperdício alimentar per capita, e desde 2015 que esses números aumentam. Só no país norte-americano, cada pessoa desperdiça, em média, cerca de 700 calorias diárias, um terço da ingestão diária recomendada.
Este problema não é exclusivo dos países ricos. De acordo com um estudo da ONU de 2021, citado pela Reuters, mesmo em países em desenvolvimento verifica-se um mau aproveitamento de alimentos. Este estudo salienta que a maioria dos países têm espaço para melhorar o combate ao desperdício.
Para os especialistas, na origem da problemática está a falta de investimento dos governos, assim como políticas pouco claras em relação ao combate da deterioração de alimentos. Mesmo quando foi definida a meta para o desperdício alimentar em 2015, a ONU não definiu medidas de apoio.
Bons exemplos no aproveitamento e gestão de alimentos
O estado da Califórnia, que tem políticas climáticas mais arrojadas do que o resto do país, está a desenvolver um projeto para garantir que o lixo orgânico acaba na compostagem e não em aterros sanitários, de forma a diminuir as emissões de gases de efeito de estufa.
Na Europa, o Reino Unido é um caso de referência. Um estudo realizado pela organização The Waste and Resources Action Programme revela que o Reino Unido reduziu o desperdício alimentar em 27%, entre 2007 e 2018.
Esta meta foi possível graças a medidas como o fim da recomendação "consumir de preferências antes de” em determinados produtos, a distribuição de alimentos não utilizados a instituições e campanhas nas escolas sobre como planear refeições.
|Fonte: Away, 18 de Novembro 2022
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