O movimento Unidos Contra o Desperdício quer promover junto das pessoas o aproveitamento de excedentes.
Anualmente um terço de todos os alimentos no mundo são desperdiçados. O movimento Unidos Contra o Desperdício quer mudar essa realidade e tornar habitual o aproveitamento de excedentes, alertar para perdas e desperdícios, incentivar e facilitar a doação de sobras e promover o consumo responsável.
Neste segundo aniversário do movimento, que se comemora no Dia Mundial de Combate ao Desperdício Alimentar, vai ser promovido um cocktail zero desperdício. O evento vai acontecer hoje no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações em Lisboa, onde vários chefs vão criar receitas orientadas para o aproveitamento e rentabilização das sobras de alimentos. As pessoas vão poder acompanhar o cocktail com uma conferência sobre o tema. "Também vamos ter animação com um DJ, e dois artistas que se juntaram a nós: o Tiago Nacarato e a Beatriz Rosário", explica Francisco Mello e Castro, coordenador executivo do movimento. O acesso ao evento é gratuito para todos aqueles que tenham interesse no tema.
O Unidos Contra o Desperdício é um movimento de comunicação e sensibilização para a importância de se combater o desperdício, que nasceu a 29 de setembro de 2020, o mesmo ano em que as Nações Unidas decretaram o dia mundial contra o desperdício. "Partiu da ideia da Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, de criar em Portugal um projeto que juntasse a sociedade civil, as empresas do setor privado e público, e várias associações que no fundo estão todas unidas para termos mais força e voz na questão do desperdício alimentar", explica Francisco Mello e Castro.
Atualmente o desperdício alimentar é responsável por 10% das emissões de dióxido de carbono. Se fosse um país, o desperdício seria o terceiro país mais poluente do mundo, a seguir aos EUA e à China.
O coordenador do Unidos Contra o Desperdício considera que ao longo destes dois anos o movimento tem conseguido mostrar aos portugueses que esta não é uma luta difícil. "Temos mostrado que o combate ao desperdício não é uma missão espacial, e que são as coisas do dia-a-dia que não fazemos que podem ajudar a eliminar uma boa parte deste problema", frisa.
Apesar de este movimento não ter uma operação e se dedicar exclusivamente à comunicação desta causa, compreende que há uma vontade concreta tanto entre os parceiros públicos como privados em resolver o problema do desperdício. "Ainda há muito trabalho para fazer, muito para se alcançar, mas o caminho está a ser construído e isso é muito positivo".
Quanto ao futuro, Francisco Mello e Castro mostra-se otimista pois considera que as pessoas estão mais conscientes e alerta para os temas da sustentabilidade. "Acho que o futuro é promissor e assustador ao mesmo tempo". Com a população abaixo do limiar de pobreza a aumentar até 2030, tal como a quantidade de desperdício, o futuro mostra-se assustador, mas Francisco Mello e Castro entende que aderir a este movimento é uma forma de reverter o que está para vir.
O acesso ao evento, que vai acontecer entre as 17:00 e as 22:00, é gratuito.
|Fonte: DN, 29 de Setembro 2022
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