O Movimento Unidos Contra o Desperdício, que congrega mais de 300 entidades comprometidas em contribuir para o fim do desperdício alimentar, alerta para a urgência de reduzir de imediato uma realidade com enormes impactos económicos, sociais e ambientais.
Segundo esta entidade, os números justificam que esta seja uma das principais lutas a nível global: 88.000.000 alimentos são desperdiçados apenas na Europa, a par com um aumento da pobreza e um agravamento da situação de muitas famílias. Só em Portugal, onde cerca de 1.600.000 habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza e 400.000 têm carências alimentares, estima-se que 1.800.000 de toneladas de alimentos são desperdiçadas todos os anos — mais de 180 quilos por cada português, com um impacto económico negativo que se estima nos 3,3 mil milhões de euros anuais.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 8% dos gases de efeito estufa que aquecem o planeta são causados pelo desperdício de alimentos e 87 milhões de pessoas famintas seriam alimentadas se apenas um quarto dos alimentos desperdiçados pudesse ser aproveitado.
“O desperdício alimentar é uma realidade com valores tão elevados que surpreendem e chocam qualquer pessoa. Mas o que mais impressiona é saber que, segundos os últimos estudos do INE, mais de 50% deste problema continua a acontecer nas nossas casas”, diz o coordenador do Movimento Unidos Contra o Desperdício, Francisco Mello e Castro. “E é precisamente sobre isso que o Movimento tem que continuar a falar, para que de uma vez por todas compreendamos que este é um esforço coletivo, mas também individual. Parte de nós a mudança de atitudes e a solução para este problema tão absurdo do ponto de vista económico, social e ambiental”, acrescenta.
| Fonte: Store, 2 de outubro 2023
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