Lojas e cozinhas centrais do Pingo Doce apoiam instituições em todo o país e doam produtos excedentários que os consumidores não compram antes de a validade acabar.
O desperdício alimentar é um tema que o Pingo Doce leva muito a sério. Seja nas suas cozinhas, seja nas lojas. No que às cozinhas diz respeito, e como explica o chef executivo Gonçalo Costa, não existem sobras porque "temos instituições a recolher diariamente nas nossas cozinhas e quando não há mesmo, produzimos um pouco a mais porque sabemos que eles já estão a contar com essa comida todos os dias". Gonçalo Costa revela que a cozinha de Odivelas ajuda quatro instituições de forma fixa e a de Aveiro duas.
Por seu lado, as lojas Pingo Doce apoiam mais de 500 instituições pelo país todo e todas as lojas têm de ter, no mínimo, duas instituições. Como explica ao Dinheiro Vivo o coordenador de Sustentabilidade e Impacto Local, o contacto entre as instituições e as lojas é muito valorizado e existem relações que duram há vários anos.
Com a inflação em alta e o preço dos alimentos (e não só) a disparar, Tiago André explica que ultimamente a empresa tem recebido muitos mais pedidos de ajuda. Tanto a nível particular, como de instituições.
"A nível das quebras que são normais de uma loja, procuramos sempre reduzir o desperdício ao máximo e doar tudo aquilo que não possamos vender", diz aquele responsável. "As latas de conservas por vezes ficam amolgadas, mas o seu conteúdo está em perfeitas condições, portanto, em vez de irem para a prateleira onde as pessoas se calhar não pegam, doamos", exemplifica, acrescentando o arroz, a massa e produtos de higiene pessoal à lista de doações, depois de as embalagens terem sofrido algum dano. E adianta que, em 2020/2021, a nível nacional, o retalhista doou mais de seis mil toneladas de produtos. "Quando não conseguimos vender em markdown e nem conseguimos doar, então encaminhamos para o desperdício, ou seja, para subproduto. Que tentamos que seja, o mais possível, residual", frisa.
Nada se perde
Na zona das frutas e legumes encontram-se, muitas vezes, artigos em markdown, nomeadamente preparados de legumes embalados que se podem identificar pela etiqueta laranja. Estamos a falar artigos que têm uma baixa de preço, quer em função do fim da validade, quer pelo tipo de artigo. Cada família de artigos tem uma percentagem diferente, mas pode chegar até aos 70% de desconto, explica Tiago André. "É uma oportunidade de evitar o desperdício, mas também acaba por ser uma oportunidade para o cliente poupar algum dinheiro."
Outros produtos que também podem ser marcados abaixo de preço são os iogurtes e que não se encontram separados da sua família. "É uma escolha do cliente, pode levar aquele ao preço mais baixo ou pode levar outro que não esteja em markdown". E o que não é vendido, mesmo em markdown, tem cerca de dois dias de margem para poder ser doado às instituições.
O facto de as lojas Pingo Doce serem de proximidade garante que as equipas acabem por identificar as necessidades dos clientes. "Assim, mais facilmente conseguimos chegar para ajudar", diz. "Muitas vezes são as lojas que nos indicam as instituições e depois centralmente fazemos o processo. Mas são relações que muitas vezes nascem do contacto direto", explica Tiago André, ressalvando o papel fundamental que as instituições têm neste circuito. "Conhecem as realidades e fazem a separação, acompanham e têm a preocupação de explicar às pessoas como manter os produtos por mais dias".
Cabe às instituições recolher as doações em cada loja Pingo Doce, que acontece praticamente todos os dias, em todo o país. Para que tal aconteça é fundamental ter relações próximas com essas instituições. "É um grande compromisso. Estamos a ajudar as instituições a fazer o bem e gostamos muito de uma frase que é "fazer o bem, bem feito"", louva Tiago André.
|Fonte: Dinheiro Vivo, 12 de março 2023
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