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40% da produção agrícola perde-se no desperdício alimentar

Transferência de conhecimento científico é essencial para garantir a inovação e o desenvolvimento económico do país. No sector agrícola, a colaboração entre academia e empresas ajudará a ultrapassar o desafio de alimentar mais pessoas, com mais qualidade e respeito pelo ambiente.






Fazer a ponte entre as fontes de conhecimento científico e tecnológico e o mundo empresarial é um passo essencial para ultrapassar desafios que condicionam os diferentes setores da economia. Nas universidades, politécnicos e nos centros de inovação, muito do conhecimento produzido ainda não chega a quem dele precisa e, na perspetiva de Rui Rosa, a falta de uma transferência eficaz destes saberes condiciona o desenvolvimento das empresas e do país. Além disso, refere o presidente da Vitas Portugal, “é conhecimento importante que se perde”.


Uma opinião partilhada por Assunção Cristas que, em declarações ao Expresso, defende que a relação entre academia e empresas deve ser estreita e colaborativa. Para a ex-Ministra da Agricultura, no caso concreto do sector agrícola, esta colaboração deve aproximar os diferentes stakeholders “de modo a identificar e aprofundar trabalho nos temas com mais necessidade de evolução e capacidade transformativa, num pano de fundo centrado na sustentabilidade”. É certo, como admite, que “muito trabalho já foi feito”, mas assegura que “há um potencial enorme de colaboração”.



40%

Percentagem da produção agrícola desperdiçada em Portugal


Assunção Cristas será a keynote speaker na conferência ‘Como transferir conhecimento’, promovida pela Timac Agro, com o apoio do Expresso, que decorrerá na próxima quinta-feira, 22 de junho, a partir das 9h30h, com transmissão através da página de Facebook do jornal. Após a intervenção da ex-Ministra, dois painéis reunirão um conjunto de representantes das universidades, mas também do sector agrícola, com o objetivo de, como explica Rui Rosa, “sentir o que se passa noutros sectores, por um lado e, por outro, focar na importância da agricultura na vertente do desafio da produção de alimentos, mostrando o que de melhor já se faz”.



Tomar o pulso e acelerar colaboração


Num mundo com população crescente, o sector agrícola terá um papel cada vez mais importante. “A inovação é imprescindível para conseguirmos dar resposta conjugada e articulada aos vários desafios globais, nomeadamente a segurança alimentar e as alterações climáticas, que obrigam a descarbonizar a economia rapidamente”, salienta Assunção Cristas. Um dos maiores desafios, acrescenta Rui Rosa, será como produzir mais, para mais pessoas, com as limitações impostas pelas alterações climáticas, pela escassez de recursos naturais como a água, ou humanos, pelo aumento dos custos de produção, entre outros.


“Portugal precisa de decidir se quer ter agricultura sofisticada de regadio. Se for o caso, como defendo, então deve ser claro nas soluções relativas a fontes alternativas de captação de água (nomeadamente e a dessalinização) e no incentivo à gestão eficiente da água”, Assunção Cristas, Ex-Ministra da Agricultura


Mas estes desafios mais transversais na agricultura são, no caso de Portugal, exponenciados por outros como a falta de escala que, nas palavras de Rui Rosa, “condiciona o valor competitivo do país”. No entanto, o responsável da Vitas Portugal aponta com otimismo o crescimento das exportações nacionais de produtos agrícolas o que, na sua opinião, cria oportunidades que têm que ser bem analisadas. “Temos que ver como posicionar o país num mercado global, à escala regional da Europa, porque temos um elevado potencial”.


Já na perspetiva de Assunção Cristas, a escassez de água continua a ser um enorme problema para os agricultores nacionais, e que é preciso resolver com urgência. “Portugal precisa de decidir se quer ter agricultura sofisticada de regadio. Se for o caso, como defendo, então deve ser claro nas soluções relativas a fontes alternativas de captação de água (nomeadamente e a dessalinização) e no incentivo à gestão eficiente da água”, conclui.



“COMO TRANSFERIR CONHECIMENTO”


O que é?


Esta é uma conferência, incluída no ciclo ‘Vamos falar de sustentabilidade’, que discutirá a importância da transferência de conhecimento entre ciência, academia e empresas para melhor dar resposta aos desafios nos vários sectores de atividade, mas com particular enfoque no sector agrícola que se debate com a necessidade de alimentar uma população mundial em acelerado crescimento, e com as limitações à produção provocadas pelas alterações climáticas, escassez de água, aumento dos preços da produção, falta de mão-de-obra, entre outras.


Quando, onde e a que horas?


No dia 22 de junho, às 09h30, para assistir em direto na página de Facebook do Expresso.


Quem são os oradores?


  • Elvira Fortunato, Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

  • Assunção Cristas, Ex-Ministra da Agricultura

  • Augusto Peixe, Pró-Reitor da Universidade de Évora

  • Emídio Santos Gomes, Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

  • Margarida Oliveira, Diretora da Escola Superior Agrária de Santarém

  • João Vieira Pereira, Diretor do Expresso

  • António Guerreiro de Brito, Presidente do Instituto Superior de Agronomia

  • Francisco Gomes da Silva, Diretor Geral da Agroges

  • Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da CAP

  • Jéssica da Costa, Diretora Desenvolvimento de Produtos, Timac Agro Internacional



Porque é que este tema é central?


Os desafios com que todos os sectores da economia se debatem de forma transversal são, em alguns casos, comuns e dependem cada vez mais da capacitação dos agentes económicos para absorver conhecimento que lhes permita ser mais inovadores e competitivos. No sector agrícola, em particular, esta capacitação é cada vez mais premente e urgente, sob pena de não conseguir cumprir o seu principal propósito de alimentar mais pessoas, com maior qualidade, mais respeito pelo ambiente e sem sacrificar os solos.


Onde posso assistir?


Simples, clicando AQUI.



|Fonte: Expresso, 16 de junho 2023

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